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domingo, 24 de janeiro de 2010

Eu, lírico?

Eu viajo e eu canto,
sem sair do lugar,
sem saber cantar,

Eu sou ninguém,
quase sempre feliz,
com pingos azuis no nariz

Sou prosa e rima,
em versos da terra,
da cidade e da serra,

Sou estranho e fugaz,
não tenho as paixões
comuns aos ladrões,

Meu lirismo
é angústia do poema, a morte,
que nem mesmo a sorte

livra-me (ao prolongar o poema) do meu grande cinismo 

Luiz Augusto Rocha

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

as descobertas

quando descobri o átomo
, tudo a ser descoberto
, sol, lua
, estrelas não só iluminavam a janela.

quando descobri nem tudo a ser descoberto
, tempo não é rápido como imaginação
, consenti pacientemente
, o nem mais e nem menos: medianeira.

quando descobri poder falar
com a laranja, com o sabiá e que as pessoas gritam e sussurram
conforme eu queria nos meus sete anos
, que bom...


Luiz Augusto Rocha