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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Bilhete de Ano Novo

Ah, Ano Velho,
perdão pelo que fizemos,
pelo que costuramos,
pelo tudo e o nada.

Velho camarada,
cá nos despedimos...
Mas não se preocupe,
de vez em quando irei vê-lo.

Sabe, meu amigo,
é que amanhã já tenho
um encontro marcado
com a minha esperança.

Luiz Augusto Rocha

sábado, 15 de dezembro de 2012

Poeminha geométrico

São tantos lados tão vastos,
que um polígono aberto
era tão pouco.

Luiz Augusto Rocha


Poeminha sem sentido

Ando tão bobo,
que, quando paro,
me falta chão...

Luiz Augusto Rocha

sábado, 1 de dezembro de 2012

Um pássaro

Voa tão, tão alto,
que, ao olhar o vasto,
dá uma preguiça de voltar.

Quando desce,
cansado e sozinho,
pousa num poema.

Repousa nessa poesia,
nos versos breves
descansa.

Equilibrado na palavra,
olha de novo o céu
e sai voando na vastidão...

Luiz Augusto Rocha

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Estradinha


Não tenho um cão.
Tenho a Estradinha,
um pedacinho de alegria
no meio do caminho.

A minha cadelinha
late, pula, faz festa,
lambe e me desobedece:
o que mais fazer?

Não sei, vou tentando
com que ela me obedeça.
“Vá para fora, Estradinha!”.
Ela olha e sorri despreocupada...


Luiz Augusto Rocha

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Poema problemático


Vinicius perguntou a um passarinho
que viera fazer em sua janela
e mandou-o embora porque estava tão feliz

A poesia é um problema
uma angústia, quase,
insuportável.

De uma forma “mais ou menos”
fazemos com que ela diminua
tornando-se um clichê no papel.

A poesia é o palhaço da pintura,
Da própria pintura poética:
Rimos ou choramos solidários.

Mas, é só isso...

Luiz Augusto Rocha

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A amoreira pela janela



Quantas vezes por ano
a amoreira dá frutos?

Quantas chuvas são suficientes
para que não haja calor?

Como olhar pela janela ou
existe um jeito de olhar por ela?

Acho que são vários,
independente da minha vontade...


Luiz Augusto Rocha

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Poeminha da leitura


A angústia e a amargura
são apenas palavras
para quem só lê.

Luiz Augusto Rocha

Confusão de estações


É tempo de primavera,
deveria ser, todos dizem.
Por que o inverno insiste
em querer ficar esfriando?

É tempo de flores,
de cores, de cheiros!
E o inverno à espreita
do dia que há de raiar.

Há tempo pra tudo,
de hoje pro futuro.
Há tempos passados
caminhávamos.

Hoje eu pergunto,
é primavera ou inverno?
Ainda vejo sorrisos ternos!
Deve ser primavera...

Luiz Augusto Rocha