Em noites
brancas, de lua alta,
escondemos
no subsolo
nossas piores
memórias.
Elas são
um amontoado de recordações
de uma
casa repleta de cadáveres,
demônios
e pequenos heróis.
Somos
nós os humilhados, os ofendidos:
idiotas
tuberculosos e epiléticos,
jogadores
criminosos castigados.
Desajustados
punidos severamente
por uma
moralidade forjada
nas mãos
de um grande inquisidor.
Essa gente
pobre, de coração fraco
escreve
uma história suja
em que ladrões
são honestos.
Só que
o sonho de um homem ridículo
nunca foi,
nem nunca será,
o de
ser uma gentil criatura.
Luiz Augusto Rocha