Em noites
brancas, de lua alta,
escondemos
no subsolo
nossas piores
memórias.
Elas são
um amontoado de recordações
de uma
casa repleta de cadáveres,
demônios
e pequenos heróis.
Somos
nós os humilhados, os ofendidos:
idiotas
tuberculosos e epiléticos,
jogadores
criminosos castigados.
Desajustados
punidos severamente
por uma
moralidade forjada
nas mãos
de um grande inquisidor.
Essa gente
pobre, de coração fraco
escreve
uma história suja
em que ladrões
são honestos.
Só que
o sonho de um homem ridículo
nunca foi,
nem nunca será,
o de
ser uma gentil criatura.
Luiz Augusto Rocha
4 comentários:
Gostei muito deste! Abraços
Obrigado, meu querido.
Teste
Gostei. Além do estilo russo e das óbvias referências a "Noites Brancas" e "Humilhados e Ofendidos", não pude deixar de lembrar de "Recordação da Casa dos Mortos", e, até, do brasileiro "Memórias do Cárcere", de Graciliano Ramos. Era a intenção, ou fui longe demais? No final, um pouco da acidez de "Almas Mortas", de Gogol - proposital ou inconsciente? Apenas um reparo: a palavra "ridículos", embora forte por si só, pareceu-me deslocada. Nada que comprometa o resultado. Bom trabalho!
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