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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Não cabe num poema

um cigarro na sacada,
uns risos frouxos,
um abraço na calçada,

um pão com mortadela,
uns olhos roucos de ouvir,
um pé de unhas cortadas,

um dia muito longo,
uns dias muito curtos,
um algodão-doce azul,

um carro de mudança,
uns copos de cerveja,
um peito repleto

de tudo aquilo
que não cabe
num poema.


Luiz Augusto Rocha, para Letícia.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Surdez voluntária

Cinco minutos do dia
eu queria ser surdo,
não ouvir nada,
absolutamente nada.

Porque em tudo
há ruído, muitos
barulhos insensíveis,
cortados, roídos.

Depois da breve pausa,
que já não tem mais sentido,
quero minha audição novamente,
para eu ouvir sua voz.

Luiz Augusto Rocha

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Poeminha duplicado

O cara se formou jornalista,
também foi economista,
o que não fez sentido algum.

Desde então, é equilibrista,
malabarista e manobrista.
E vai muito bem, obrigado!

Luiz Augusto Rocha.