a brisa passa debaixo do sol que torra.
Poderia ser o inverso:
o sol torra, mas, a brisa passa...
Não há porque desistir,
se, cá embaixo,
a brisa continua passando,
mesmo com o sol que torra.
Entre o sol e a brisa,
não existe uma ponte de concreto
que ligue um lado ao outro.
Nós estamos entre os dois...
O que mais arde no sol
é o suor todo dia suado;
é a pele queimada que,
já à noite, cozinha o sonho.
O que o sol tenta matar
é a umidade que transborda
dos nossos corpos todos os dias,
a contragosto de seu abrasamento...
É o suor ardido diante do sol
que se encontra com a brisa.
Sempre, às duas da tarde,
da planta do pé à ponta do cabelo.
E a sensação que o vento provoca,
dançando nas costas, na nuca;
enfrentando os olhos, segurando o peito.
Quase esquecemos do sol...
Entre os dois pontos desse lugar,
(no instante do encontro de brisa e sol)
o mundo deixa de girar um segundo.
E eu sei que estou vivo!
Luiz Augusto Rocha
3 comentários:
Curti muito ler isso.
Obrigado, meu caro!
Abraço
Parabéns, seu blog reina e expressa a pura poesia íntima e contagia a todos, abraço e irei te seguir!
muy buena! O jogo das palavras faz com que eu me sinta bem.
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