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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Poeminha luminoso

Eu queria soltar um milhão de vaga-lumes
na cidade de São Paulo!
Pena que eles não acendem perto dos postes...

Luiz Augusto Rocha

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Nada novo

Nada tenho de novo.
É tudo de novo e de novo.
Nem mesmo o ano novo
é tão novo assim...
Todo ano se repete.

Nada tenho de meu,
além de velhas ideias
roubadas dos outros,
já velhas e puídas
guardadas cá dentro.

Nem tenho os outros,
que passam por mim,
que contam suas ideias
de novo, as velhas ideias
repetidas em novas bocas.

Não tenho quase nada,
a bem da verdade.
Só me resta a esperança
de que este poema
me alegre de novo.

Luiz Augusto Rocha

sábado, 6 de abril de 2013

Gente-terra

Terra batida, pisada,
agredida, arrasada.
Terra pobre, preta,
fodida, ensanguentada.

Terra que pede água,
que se plante o arroz e feijão.
Terra que só tem a si
e uma esperança infindável.

Terra de que fazemos parte
sem darmos conta disso.
Terra que carrega sonhos
para além dos mesquinhos.

Terra que gera vida,
apesar de tudo!


Luiz Augusto Rocha

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um clichê

Escrever é um ato de angústia,
ou melhor, motivado pela angústia.
De que adianta escrever, se tudo
é tão bobo, tão feliz?

A felicidade não motiva ninguém
a sair da inércia de ser o mesmo.
A plenitude é um não-estado
em que deixamos de existir.

Por mais bobo e feliz que seja o verso,
ele é fruto de uma angústia imensa.
Só que ele transforma o mundo
e me torna mais humano.

Luiz Augusto Rocha

Conselho de vó

Há muito tempo
minha avó já dizia:
"Menas" gramática
e mais poesia!
Luiz Augusto Rocha