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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A caça

Primeiramente, a caça se esconde.
Se impossível, esgueira-se.
Quase acuada, foge.
Entre raízes, o disfarce.

A caça não ataca.
Ela age no impulso da fuga
ou faz uma simulação qualquer.
Mas, não ataca.

Salta-lhe o coração,
os olhos esbugalham,
as unhas latejam,
e a respiração prende.

O que a caça realmente faz
não é fugir, nem esgueirar-se,
muito menos fingir
ou andar pela noite.

O que a caça tem não é nada,
não é instinto animal,
nem raciocínio complexo.
A caça só tem medo.

Luiz Augusto Rocha

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